quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Empresa Junior: Experiência e Desenvolvimento Profissional

A empresa junior é uma alternativa à falta de estágios

O Movimento das Empresas Juniores (MEJ) data do início da década de 70, na França. No Brasil, as primeiras Empresas Juniores (EJs) surgiram em São Paulo, como a da Escola Politécnica da USP, durante a Nova República, a partir do conceito introduzido pela Câmara de Comércio França-Brasil.

Hoje, apesar das estatísticas pouco confiáveis que usualmente são produzidas acerca de empreendedorismo social, estima-se em mais de 700 instituições no país, o que coloca o Brasil em posição de liderança nos rankings informais do segmento. A maior parte das EJs – aproximadamente 90,8% - está concentrada em instituições públicas de ensino superior, em sua maioria no campo de ciências sociais aplicadas – como Direito – ou Administração. Entre públicas e privadas, a FESPJr se classifica entre as 50 maiores do país, de acordo com os critérios adotados pelo Movimento das Empresas Juniores. Para se ter uma idéia da difusão, tomemos a pioneira França como parâmetro: lá, existem pouco mais de 130 empresas deste tipo.

A empresa junior é uma manifestação do empreendedorismo social que provoca uma “interação entre formação profissional e intervenção social, e, portanto, uma formação cidadã”, segundo o Professor Doutor Edson Marques de Oliveira [1].

O trabalho em uma empresa junior complementa a formação acadêmica do estudante e significa seu primeiro passo no mercado de trabalho. O aprendizado do trabalho em equipe, cooperativamente, colocando em prática habilidades e conhecimentos que são ensinados na graduação; a manutenção de prazos de projeto e reuniões de trabalho com clientes, por exemplo, estão fortemente associados à possibilidade de ascensão rápida nas empresas juniores. Esse é o retorno para os participantes, mas as companhias e entidades contratantes também se beneficiam da vivência profissional prévia do estudante. Isto porque as faculdades e universidades não possuem estrutura para transmitir conhecimentos de mercado e nem mesmo favorecer o que há de empreendedor em seus alunos. [2]

Com a mudança na lei que regulamenta os estágios no Brasil, uma tentativa de descaracterizá-los como “subemprego” que redunda na contratação escassa de universitários, as oportunidades estão nas empresas juniores como “alternativas à [essa] falta” segundo matéria publicada no site Universia no último dia 10 de setembro (clique aqui para ler).

O perfil do empresário junior é basicamente o de alguém empreendedor e que não se satisfaz apenas com o conteúdo de aulas [3]. Nem todo mundo se adequa ao perfil: nas EJs de grandes universidades, há processo seletivo para admissão dos participantes associados, como é o caso da empresa junior da PUC-Rio, para citar um só exemplo.

Nos 20 anos do movimento no Brasil, a maior parte dos empresários “pós-juniores”, denominação dada aos que optaram pelo empreendedorismo ainda nas faculdades, optou por seguir determinando os rumos da própria carreira, seja assumindo postos de direção executiva (como empregados de outras empresas) ou mesmo criando seu próprio negócio, objetivo maior de quem pretende fazer ao invés de esperar acontecer.


Por Luciana Silveira - Diretora de Comunicação FESPJr


[1] Disponível em http://tinyurl.com/ktlnrn

[2] Veja http://tinyurl.com/nrqenu

[3] Veja também http://tinyurl.com/qg9p8r

Um comentário:

Thiago Eloi Onofre disse...

Somos uma EJ que acabou de iniciar os trabalhos, começamos a trabalhar de fato em março deste ano, aprendemos muito nesse período e tenho certeza que aprenderemos muito mais a cada projeto e ao final do ano figuraremos entre as principais empresas juniores do pais. Parabéns a todos os que fizeram a FESPJr chegar até aqui, isso é só uma parte do reconhecimento do nosso árduo trabalho.