segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Evolução ou Regresso?

No mundo globalizado, onde o avanço da tecnologia traz tantos benefícios, a preocupação com a conservação dos recursos naturais do planeta é um tema que deve estar cada vez mais presente na vida cotidiana.
Temos a tecnologia avançada, mas por outro lado, vemos os produtos de última geração tornarem-se obsoletos do dia para a noite (descartáveis). O problema não está na mudança e muito menos na inovação, mas em uma cultura consumista. O que fazemos com aquele celular velho, com a televisão que não é de tela plana, com as pilhas que não são recarregáveis? Até mais, com aquela latinha de refrigerante, com os lixos produzidos diariamente por cada um de nós?
Buscamos o caminho mais prático para resolver os problemas. O caminhão do lixo vai passar e levar aquelas sacolas plásticas, que insistimos em pegar várias quando vamos ao mercado, cheias de lixo. É como se fosse uma batata quente que vamos sempre passando pra frente.
O lixo precisa de espaço e leva tempo para se decompor. O aterro sanitário é a forma mais barata de destinação final dos resíduos; os lixões a céu aberto, embora contaminem o solo e os lençóis freáticos, recebem aproximadamente 76% de todo lixo recolhido diariamente no país. Vale ressaltar que cinqüenta por cento dos resíduos destinados aos aterros pode ser reciclado.
Em São Paulo, devido ao crescimento urbano, há dificuldades em encontrar áreas para novos aterros, e se os já existentes continuarem a receber a mesma quantidade diária de resíduos que recebem atualmente, a expectativa é de aproximadamente três anos de vida útil considerando as ampliações previstas.
O lixo das cidades brasileiras, por exemplo, contém de setenta e a oitenta por cento de matéria orgânica em decomposição e constitui uma permanente ameaça de surtos epidêmicos, pois tem como conseqüência a proliferação dos vetores de doenças.
O lixo público, resultado da varrição de ruas e das podas de árvores realizadas pela Prefeitura, é composto na sua maioria por papéis, latas e plásticos. A falta de programas eficientes de educação ambiental faz com que a população não pense na reação de causa e efeito, e na sua condição de ser integrante da natureza. O papel de bala jogado na rua implica em enchentes. Cada um pode dar a sua contribuição, o fato de não poder fazer tudo não significa que não possa fazer nada.
O espaço também é alvo do ser humano. Satélites abandonados e outros objetos artificiais estão girando na órbita terrestre, provocando colisões e transformando o céu em um espaço perigoso. Pesquisadores americanos afirmam que em vinte anos talvez não seja mais possível realizar operações próximas da órbita da Terra.
Melhorar a qualidade de vida da nação não é só um compromisso do governo, dos políticos ou dos futuros presidentes. Nosso modelo de desenvolvimento deve ser revisado. Uma tecnologia incapaz de proteger as florestas, os rios, os mares, o ar não tem que ser considerada avanço. Precisamos e devemos repensar hábitos, vícios, valores e modismos de uma sociedade cada vez mais consumista que necessita do solo, da água, da natureza e de toda diversidade existente para sobreviver.
A formula dos 5 R’s (Reduzir, Reutilizar, Recuperar, Reciclar e Repensar) seria um primeiro passo na mudança de comportamentos e conscientização.
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". (Antoine Lavoisier)
Claudia Rocha
Aluna do 2º Semestre de Administração.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o seu texto Cláudia. A hora de começarmos a utilizar ao menos um dos "Rs" já passou: repensar o problema e não passá-lo pra frente (como a batata quente) não é um passo a ser dado: é um ponto em que já estamos atrasados! Se nós, cidadãos, não começarmos a fazer a nossa parte, não adianta esperar que a solução caia do céu.
A natureza já responde: não temos estações do ano definidas, há grandes secas em determinados locais, e enchentes em outros... até quando esperaremos? Legal saber que há mais pessoas engajadas nessa luta!